Imagine uma área em comum e de livre acesso, com bancos e mesas, onde qualquer pessoa pode se sentar e descansar admirando a paisagem da cidade? Como se não bastasse, tudo isso em uma instalação ecologicamente correta, que busca promover o uso do espaço público de forma democrática. Parece até uma utopia, mas essa ideia revolucionária já existe há mais de 10 anos pelo mundo e veio pra ficar!
Os parklets, que são extensões das calçadas, ocupam as áreas destinadas até então ao estacionamento de carros de forma mais inteligente, transformando essas vagas em áreas de convivência e lazer para toda a população. As primeiras estruturas, com esse conceito novo em urbanismo, surgiram em São Francisco (EUA) em 2005 e desde 2012, chegaram ao Brasil e começaram a mudar as calçadas daqui.
Promovendo um discurso sobre a igualdade do uso do solo, em que na maioria das vezes os veículos levam a melhor em vez de pedestres e ciclistas, os primeiros parklets brasileiros foram instalados em São Paulo, por meio da iniciativa da ONG Instituto Mobilidade Verde, liderada por Lincoln Paiva. De lá pra cá, a capital paulista vivenciou um boom e conta hoje com mais de 120 parklets distribuídos por vários pontos da cidade, como os bairros da Vila Mariana, Pinheiros, Jardins e Vila Madalena.
Pra comprovar a eficácia e funcionalidade dessas mini praças, basta olhar os números. Enquanto duas vagas de estacionamento são utilizadas por cerca de 40 pessoas por dia, a circulação de indivíduos pelos parklets é muito maior no mesmo período de tempo. De acordo com dados do Instituto Mobilidade Verde, aproximadamente 300 pessoas ocupam essa mesma área ao longo de um dia.
Além dos benefícios pra comunidade - ao promover a convivência no meio urbano, ampliar a oferta de espaços públicos e estimular processos participativos, os parklets também são lucrativos pros negócios. Apesar de ser um espaço de livre acesso sem custo algum para os usuários, as instalações de uma mini praça em frente a um comércio pode gerar um aumento de 14% no consumo, segundo informações de uma pesquisa realizada em Nova York. Não é à toa que a maioria dos parklets são construídos pela iniciativa privada e normalmente na frente de um estabelecimento.
Outro ponto que merece ser destacado é o do meio ambiente. As mini praças são instaladas de modo temporário nas vias urbanas e são feitas de materiais sustentáveis. Logo, pra facilitar sua montagem e desmontagem, os parklets possuem peças modulares e pré fabricadas, que podem ser transportadas para outro local de maneira simples sem deixar para trás entulhos ou lixo.
Os parklets representam uma forma inovadora de encarar o espaço urbano e pensar a vida em sociedade, já que ao longo de tantas décadas, os automóveis - que representam a minoria - sempre foram privilegiados em detrimento dos pedestres e ciclistas. As mini praças são um assunto polêmico e sua instalação ainda se concentra nos bairros mais ricos das capitais, mas é conquistando uma área por vez que essa ideia revolucionária pode transformar o urbanismo e nosso modo de viver a cidade.
Pra saber o que é permitido ou não quanto aos parklets, a Prefeitura de São Paulo montou um guia e você pode tirar suas dúvidas e conferir tudo, clicando aqui. Além disso, pra saber onde está localizada a mini praça mais próxima da sua casa, esse mapa contém uma lista de parklets.
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